segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Carta ao desconhecido

Até hoje foram poucas as pessoas que me ouviram dizer: “amo-te”, porque acho que é uma palavra que merece respeito, não é para ser gasta/usada em vão, nem como outra palavra qualquer, é especial, transmite com ela uma sensação de confiança, ternura, respeito, partilha, são tantos os adjectivos que podia enumerar, mas não vale a pena, pois cada um devia de saber que significado tem uma palavra tão poderosa e fácil de dizer, mas tão difícil de a sentir, que as pessoas caíram em excesso.

Eu não sei se é amor, se calhar pode ser apenas amizade ou egoísmo. Será que quando se gosta do que se vê, e a queremos é egoísmo? E se tratar-se de uma pessoa? Será o amor um sentimento assim tão egoísta?

A mim podem dizer o que quiserem mas eu não me vou cansar de olhar, e reparar no que não vi ontem, um sorriso diferente, uma expressão, uma palavra não habitual, não me vou cansar de te desejar, para depois a teu lado proclamar poemas, cantar, dançar, olhar, falar e partihar.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Solitário

Com uma rosa na mão, vagueio pela noite, perdido entre lágrimas e momentos de solidão, surge um raio de luz que me faz deixar cair tudo o que seguro, tudo o que me fazia pensar que já não adianta lutar. As lágrimas pararam e pude finalmente pensar num dia com manhã, tarde e noite a cores.
Eis que no meio da luz algo se começa a formar, parece ser um pessoa, estatura média/baixa, cabelo aos caracóis e um grande sorriso, aproxima-se toca-me com sua mão pequena e frágil, com um toque capaz de despertar o universo, deixando-me a sonhar que tudo o que passara não voltará a acontecer, que agora tenho conforto e aconchego. Deixo-me encantar pela bela melodia das suas palavras sussurradas com o maior dos cuidados para não ser ouvida por mais ninguém e ao ser embalado, deixo cair uma última lágrima sobre a rosa caída, ao mesmo tempo que me conforto num abraço perdido pela noite, agora bela e agradável.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dói o querer abraçar e não haver ninguém, o querer falar e não ter ninguém, querer amar e não existir ninguém para ser amado.
Agora percebo o significado do poema: “amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer 1” sim, as coisas tornam-se claras quando o resto está escuro.
Os sentimentos são as coisas mais complicadas que o ser humano tem para gerir, tudo o resto não passa de brincadeira de crianças, tudo o resto é simples, tudo o resto é banal…

1- Luís de Camões

domingo, 23 de março de 2008

O Encontro inevitável

Encontrei-me com o mar enquanto dormia sob a mais bela noite, estrelada e de lua cheia, uma noite perfeita para amar, tudo se deslocava para que algo de muito bom acontecesse, parecia que estava dia, e ao som de uma guitarra e de um violino adormeço, embalado pelo belo diálogo conjugado entre os dois, foi o som mais belo que ouvíra, mas adormeço e dou comigo perdido no meio do nada sem me lembrar de nada, sem saber nada, mas com enorme vontade de viver, em profunda paz e alegria, com amor, saúde e carinho.

Fechei os olhos e pensei na minha casa à beira-mar, pensei em como era feliz e agora estava sozinho porque me deixara adormecer na esperança de mais e melhor, ambicionava ter o mundo, ser capaz de tudo, foi então que senti a mais bela brisa a bater-me na cara, uma brisa que me fez abrir os olhos e correr à procura de vida, procurava-a no meio do nada, e nada encontrei, esgotado de tanto procurar desmaiei e senti que algo me envolvia os pés, era frio mas reconfortante pois senti a vida que procurara.

Acordei, estava à beira-mar com um silêncio rompido apenas pelo barulho da ondulação que me batia nos pés, abri os olhos e vi as estrelas, a lua, o céu. Levantei-me e reparei que estava à beira de casa, entrei e encontrei apenas um bilhete dizendo que eu tinha feito a minha escolha, nesse instante reparei que perdera tudo, embora tivesse todos os bens materiais, não tinha o que preenchia o meu coração. Não dei o devido respeito, atenção, carinho e perdera as coisas mais belas que alguma vez existiram, mesmo que não lhes desse o devido respeito ou as amasse de forma compreensível, elas sempre me apoiaram e agora … agora não as tenho.

 

Não permitam que haja algo mais importante que a família na vossa vida.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Onde há fogo há vida

‘Fogo, que me queimei’, foi assim que começou mais um pequeno texto. Apercebi-me que o fogo afinal não 'arde sem se ver', mas sim que é perceptível, há sinais de que arde meio escondido dentro ou mesmo por fora de nós, sim é possível vê-lo se escutarmos com atenção todos os pormenores dos espaços, das pessoas, da natureza que nos rodeiam. Posso estar a exagerar, mas não acredito que nunca te tenhas sentido muito bem depois de teres estado com alguém, ou mesmo depois de olhares incansavelmente para uma flor, ou quando te deitas, sentas, encostas em algo onde possas ouvir os gritos suaves da natureza que aclamam a paz … deixa a paz, que existe dentro de ti, viver.